Categorias
Reflexões

Tu me ouves? (#8)

Às vezes achamos que nossos esforços (e orações) são em vão. Será? Já adianto que não tenho a resposta. Na verdade, essa é uma das minhas grandes perguntas.

Um disclaimer importante: eu não quero que esse texto soe dramático/depressivo, mas talvez aconteça. Esse meu projeto de longo prazo consiste em eu registrar como me sinto, no momento que o sinto, e os desafios, enquanto os enfrento. É um registro honesto, por mim mesmo, com o fito de poder compartilhar com minha posteridade. Se ajudar alguém no meio do caminho, porém, não nego que ficarei feliz. Tendo dito isto, siga por sua conta e risco.

Eu vivo hoje um dos momentos mais desafiadores da minha vida. Sinto um constante peso nos ombros, chamado responsabilidade. Faces da vida adulta, acho. Minhas preocupações são principalmente por dois aspectos: familiar e profissional. E há uma interseção enorme entre eles.

Tenho 28 anos, sou casado com uma linda esposa e temos uma bela filha. Recentemente compramos um apartamento, temos um carro (um Peugeot 207 Passion que, no momento em que escrevo, está na oficina – não caçoem, por favor). É uma vida muito melhor que jamais tivemos. Mas a grande verdade é que hoje eu não consigo arcar com nossas despesas. Já dizia meu professor e amigo Bruno Musa que “a realidade é um tapa na cara”. E esse sentimento de incapacidade consome, dói.

Durante toda minha vida eu sempre andei a segunda milha, me esforcei mais do que a média e isso me fez alcançar conquistas interessantes (contei um pouco da minha história nesse podcast). Trabalhei numa big tech, abri meu próprio negócio com minha esposa… Mas me sinto perdido, confuso.

Não consegui, na empresa, gerar os resultados que eu gostaria, o que me levou a uma situação desafiadora (já falei sobre isso aqui). Aprendi algo? Sim, pra caraca! Mas atualmente tenho pensado numa frase que falamos muito na Igreja que frequento:

Nenhum sucesso na vida compensa o fracasso no lar.

David O. McKay

Eu não tenho conseguido dar a atenção que gostaria pra minha esposa e filha. Acho que nem pra mim mesmo, na verdade. Tenho sim me questionado. Tenho sim pensado se tocar toda uma operação sozinho é pra mim, se sou capaz. A resposta é: sim, eu sou. A pergunta que se segue, porém, é o que motivou este texto: mas quando, agora? Sinceramente, não sei.

Eu tenho considerado muitas, muitas possibilidades: voltar pro mercado; manter a empresa; voltar pro mercado mantendo a empresa; voltar pro mercado vendendo a empresa… Fiz até um mind map, seguindo o conselho de minha amiga e professora Larissa Raposo, colocando no “papel” todos os possíveis desdobramentos:

Tenho ponderado e perguntado muito. Como é difícil chegar em uma resposta! Me sinto confuso, perdido. Gostaria de dizer que tenho certeza absoluta do que devo fazer, mas a verdade é que não tenho.

Mas afinal, qual a razão de eu estar compartilhando tudo isso? Hoje em meu estudo pessoal das escrituras, seguindo o manual Vem e Segue-Me – Novo Testamento, me deparei com o seguinte:

Se você ainda aguarda uma bênção, ou se parece que Deus não está ouvindo suas orações, a história de Isabel e Zacarias pode ser um lembrete de que Ele não Se esqueceu de você. Como prometeu o élder Jeffrey R. Holland: “Por esse motivo, ao trabalharmos e esperarmos juntos pelas respostas a algumas de nossas orações, ofereço a vocês minha promessa apostólica de que elas são ouvidas e são respondidas embora às vezes não sejam respondidas no momento e da maneira que desejamos. Mas elas sempre são respondidas no momento e da maneira que um pai onisciente e eternamente compassivo deve respondê-las” (“Esperar no Senhor”, Liahona, novembro de 2020, p. 116).

Lucas 1:5–25, 57–80, As bênçãos de Deus vêm no Seu devido tempo”, Vem e Segue-Me.

Como eu disse no parágrafo introdutório deste post, se meus esforços e orações são ou não em vão eu não sei. O que sei, com certeza plena, é que Ele me ouve. E te ouve também.

Por Qaiq Alves

Pai, marido, empreendedor e curioso. Nessa ordem. Sou apaixonado por comunicação, pessoas e o difícil, porém valioso processo de tornarmos melhores versões de nós mesmos. Sem romantizar, compartilho minha jornada em busca de encontrar minha própria melhor versão.

2 respostas em “Tu me ouves? (#8)”

Me senti assim diversas vezes, o que me ajuda muito, é seguir estes passos que espero que possam te ajudar de alguma forma.
Primeiro me apegar à minha Benção Patriarcal e aos discursos da última conferência naquele momento. Uma vez ouvi um questionamento sobre qual era o profeta mais importante de todos os tempos, e a resposta foi que era aquele que nós falava atualmente, sendo assim, sempre tenho a conferência mais recente como principal fonte de inspiração.
Outra coisa que me ajudou foi um mapa de oração, orando se forma bem específica e mapeando, principalmente os pontos a agradecer me ajudam a conectar-me com o Pai Celeste de forma magnífica.
Encontré seu Getsemani. Em algum lugar da sua casa, um parque, academia, qualquer lugar, desde que possa estar somente você e o Pai, e que não possa ser interrompido. O meu por exemplo já foi meu banheiro às 2:00 am, já foi o trem indo pro trabalho, encontre seu lugar sagrado, e use-o pra se conectar com o Pai e consigo.
Pensar fora da caixa, mapeie todas as suas habilidades e se nada te apetecer busque uma nova, sempre há tempo pra mudar de carreira.
E por último, frequente o templo o máximo de vezes que seja possível, lembrando do esforço, se seu possível é 1 vez ao ano, ótimo, mas se esforce pra ir 2, se for 3, se esforçando sei que é possível uma quarta.
Não tem lugar melhor pra buscar inspiração que o Templo.
Lembre de Mateus 6:33 e D&C82:10 que vai dar certo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *