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Reflexões

A tal da paciência (#11)

Exigimos dos outros uma paciência e compreensão com nossas limitações de forma quase perfeita, mas não os concedemos o mesmo.

Mas afinal, o que é paciência? Segundo o dicionário Caldas Aulete, é o seguinte:

(pa.ci:ên.ci:a)

sf.

1. Qualidade do que ou de quem é paciente.

2. Virtude que consiste em suportar os males e incômodos sem reclamar, sem se revoltar ou irritar; RESIGNAÇÃO: uma paciência de santo.

3. Virtude de saber esperar com calma: As horas passavam, e ele não perdia a paciência.

“Paciência”, Aulete, Dicionário Online

Lembro-me de inúmeras situações em que me entristeci, e até me revoltei, com colegas e gerentes que exigiam de mim algo e não permitiam tempo hábil sequer para que eu o fizesse. Minha reflexão de hoje, porém, é sobre o que eu tenho feito com outros.

Ela se deu após eu me chatear com algo que minha esposa fez hoje de manhã, ao irmos para a Igreja. Imediatamente, em minha mente, comecei a lembrar de inúmeras ações que eu acreditava serem positivas e a coloquei, também mentalmente, naquela posição injusta de “se eu me esforço por que você não faz o mesmo?” Mas será que não faz?

As pessoas tem capacidades diferentes. Não melhores ou piores, mas diferentes. Como recipientes de água, existem copos que suportam 200ml e jarros que comportam litros. Eu me irrito quando outros comparem suas capacidades às minhas, mas algo me veio à mente hoje: será que estou fazendo o mesmo com outras pessoas, em especial as mais próximas a mim?

Eu tenho podido ver uma mudança significativa em minha vida desde que comecei a trabalhar duro para atingir minhas metas pessoais para 2023, o que tem me dado uma certa ansiedade em ver outras pessoas também progredindo. Hoje na Igreja, porém, um amigo me fez refletir. Ele disse:

“Se eu quero que Deus respeite minha capacidade, meu tempo e até mesmo minha vontade para fazer algo, por que não faço o mesmo com as outras pessoas? Por que exigo que façam no meu tempo da minha maneira?”

E isso me lembrou uma escritura do Livro de Mórmon:

“E vede que todas estas coisas sejam feitas com sabedoria e ordem; porque não se exige que o homem corra mais rapidamente do que suas forças o permitam. (…)”

Mosias 4:27

No fim das contas, é tudo uma questão pessoal, de nós conosco mesmo. Mudança, esforço e tantos outros substantivos são decisões extremamente pessoais. Podemos até, propiciar um meio pelo qual sejam alcançados e até mesmo batermos à porta, mas abri-la é uma decisão pessoal e que não nos cabe.

Estamos prontos para respeitá-la? O que nossa paciência diz sobre nós que fala mais alto do que o que dizemos a nosso respeito.

Por Qaiq Alves

Pai, marido, empreendedor e curioso. Nessa ordem. Sou apaixonado por comunicação, pessoas e o difícil, porém valioso processo de tornarmos melhores versões de nós mesmos. Sem romantizar, compartilho minha jornada em busca de encontrar minha própria melhor versão.

2 respostas em “A tal da paciência (#11)”

Esqueceu de mencionar algo sobre vc, um ser humano incrível, inteligente e muito sensível.
É isso Qaiq, somos seres humanos únicos e cada um tem ose tempo, por isso não podemos nunca nos comparar e nem esperar muito do outro. Grande abraço!

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